terça-feira, 3 de maio de 2011

Quem não tem leão, mata sapo

Eu nunca matei grandes coisas. No máximo um pernilongo, formigas sem querer e algumas afogadas por querer. Até que um dia matei um sapo. Atropelado. Dirigindo de volta pra casa, no caminho das chácaras de Araçoiaba da Serra, vinha dirigindo distraída, conversando com minha mãe e irmã. Ao longe pensei ser uma folha. Até que cheguei perto e o farol do carro iluminou: era um sapo! Não deu tempo de desviar. Ploft. Gritei. Minha mãe e minha irmã também. Aquele barulho que poderia facilmente ter passado despercebido, ficou ecoando na minha cabeça. Eu fiquei com dó, nojo, agonia. Fiquei dando estrimiliques ao volante, incrédula. Matei um sapo. A maior coisa que eu já matei na vida.

É assim que tem sido nos últimos meses. Tenho matado sapos cada vez maiores, vivendo a vida de adulta e enfrentando as dores e algumas alegrias diariamente. Às vezes quando paro pra pensar tenho alguns estrimiliques, exatamente aos que tenho quando lembro do sapo.